Morreu ontem, dia 12, o ciclista Daniel Venâncio Aires; ele era experiente e foi atropelado na Rua Japão; motorista fugiu, caso está sendo investigado
Em menos de 10 dias três ciclistas morreram em Salto, sendo o último, o mais experiente deles, na noite do dia 12. Segundo amigos, ele foi atropelado na Rua Japão, próximo da Rua Rússia e o motorista covarde fugiu. Socorrido ao Hospital, passou a noite do dia 11 para o dia 12 e foi liberado. Em casa, segundo informações, teria passado mal e entrou em óbito. O caso está sendo apurado.
No começo da semana outro ciclista foi atropelado na SP-75 (veja matéria do jornal Taperá clicando aqui) e socorrido, veio à óbito. No final de semana, outro ciclista, agora na Estrada do Guarujá, foi encontrado ferido ao lado de sua bicicleta, provavelmente vítima de atropelamento.
Essas três mortes trazem algumas reflexões gravíssimas:
– Salto não tem política de estímulo ao uso seguro de bicicleta;
– Nossas vias são insuficientes para tantos veículos e quem conduz carro ou moto e caminhão pouco se importa com o ciclista (eu ando de bicicleta, de moto e carro e sinto esses três momentos na pele);
– A cidade não tem sequer (e nunca teve, diga-se) política de conscientização e orientação ao motorista, para que respeite o ciclista e o pedestre. No trânsito, a regra é simples: o menor tem preferência.
– A Rua Japão é um ESCÂNDALO. Via de bairro, hoje é parte de um anel viário e recebe um trânsito absurdo. Ali, pedestres e ciclistas sofrem diariamente porque a cidade não consegue – há anos – resolver o impasse. E salve-se quem puder.
– A Avenida Nações Unidas, uma das mais bonitas e espaçosas, poderia e deveria ter uma ciclovia, sinalização específica e orientação para estimular o uso da bike e a caminhada. É só ir em Itu ou em Indaiatuba e ver como é feito lá. Mas, infelizmente, sequer a sinalização nessa via é suficiente. E, de novo, a insegurança impera.
– A Prefeitura precisa e deve, por meio de suas secretarias, reunir representantes dos MILHARES DE CICLISTAS que existem em Salto e criar um plano municipal de uso da bicicleta. É ambientalmente vantajoso, mais econômico, saudável e seguro ou, do contrário, a gente continuará vendo ciclistas morrendo; inclusive os profissionais, como o caso do Daniel.
– A cidade precisa, com urgência, cobrar da AB Colinas ações de orientação aos ciclistas que andam pela SP-75, especialmente os que fazem isso para ir e voltar do trabalho. É preciso mais sinalização, é preciso adesivar a bike de quem anda na rodovia à noite e conscientizar.
– Propiciar passeios e convivências é sim muito importante e saudável. Mas é preciso ir além: conscientizar, criar meios para o uso seguro da bicicleta e investir na segurança.
Você concorda?