Definitivamente uma das mentes mais brilhantes de Salto, escritor saltense retoma produção de crônicas
Após um ano longe da escrita literária, o jornalista e cronista há mais de 18 anos, titular da Cadeira 29, patrono Pablo Neruda, da Academia Saltense de Letras, Jorge Duarte Rodrigues, que aniversaria no sábado (26 de outubro), retomou as crônicas.
Mas ainda considera que está muito longe do tanto que gostaria de escrever, dada a sua paixão pela literatura desde criança.
“Estou escrevendo crônicas esporádicas quando ‘baixa o santo’ ou então para cobrir espaço quando necessário no impresso do jornal Taperá. É uma retomada depois de um período difícil da minha vida, seja pela minha saúde, seja pelas perdas que enfrentei no último ano”.
Ele ainda sofreu um infarto em julho do ano passado e que o fez se afastar de tudo por quase seis meses.
Mais ou menos seis meses também antes, ele perdeu o companheiro de trabalho e amigo de mais de 45 anos, Valter Lenzi, também acadêmico, que faleceu em dezembro de 2022. Logo depois a perda foi de Dowa Pittorri, que foi quem descobriu Valter para o jornalismo.
Além de além de familiares, como seu irmão Hélio Rodrigues e os cunhados Ade Manaus e Beleu. “Tive de interromper tudo que vinha fazendo por causa dessas perdas, que me abalaram bastante”, lamenta-se.
Agora com a retomada e animado pelo nascimento do netinho Palmer em agosto, ainda que por enquanto seja uma retomada de forma lenta, o jornalista e cronista iniciou também a seleção das crônicas que publicou no jornal Taperá no espaço dado pelo amigo Lenzi intitulado “Proesias”.
A idéia agora é elaborar um livro que terá mais de um volume, em virtude do grande número de textos produzidos em 18 anos. “Comecei a seleção, mas sem pressa”, conta.
Paixão antiga
A paixão de Jorge Duarte Rodrigues pela literatura começou cedo, influenciada por seu pai e por presentes marcantes, como o livro “O Soldadinho de Chumbo”, de Hans Christian Andersen, que recebeu da professora Célia Biston no primário.
Ele recorda dizendo: “cresci em uma casa simples, cercado de revistas cristãs e livros religiosos, e meu pai lia tudo. Embora isso não tenha me tornado um católico fervoroso como ele, me fez me apaixonar pela literatura”.
Com uma carreira premiada, o jornalista e escritor foi um dos 20 melhores cronistas no Prêmio de Literatura da Universidade Federal Fluminense e venceu o Festival de Poemas de Cerquilho.
Além disso, ele também é autor da biografia de Valter Lenzi, “60 Anos de Jornalismo”, e colaborou em outros projetos, incluindo a biografia do médico e deputado saltense Archimedes Lammoglia. Após a morte de Lenzi, Jorge se tornou curador de três livros que o amigo deixou prontos.
Legado literário
Além de seu trabalho como jornalista e cronista, Jorge Duarte Rodrigues orgulha-se de ter indicado diversos nomes para a Academia Saltense de Letras, incluindo o empresário João Marcos Andrietta, que, mesmo acamado há 14 anos devido à Esclerose Lateral Amiotrófica, escreveu quatro livros usando apenas um mouse adaptado operado somente com a boca.
De fato, com uma trajetória marcada por desafios e conquistas, o jornalista e escritor continua a contribuir para a cultura de Salto.
E faz isso muito bem, através de suas crônicas, de seu trabalho na Academia de Letras, como curador de legados literários e ainda como jornalista. Sua paixão pela literatura permanece firme, agora retomada após um período difícil de sua vida.
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