Os números divulgados pela Cooperativa de Reciclagem Boa Esperança de Salto (Corbes) preocupam.
E muito!
A cooperativa que dava treinamento, capacitação e dignidade para catadores de reciclagem registrou uma queda imensa no volume doado.
Anualmente os cooperadores recolhiam em média 200 toneladas de produtos recicláveis.
A sua latinha de alumínio, o seu papelão, o seu papel, o seu plástico, tudo isso virava emprego, sustento e dignidade para as quase 50 famílias cooperadas.
Viravam. Não viram mais.
É que das 200 toneladas anuais, o volume caiu para 80.
Em outras palavras:
O saltense voltou a jogar muito dinheiro no lixo.
Entre os resíduos mais recebidos estão: caixa de leite, plásticos diversos, latinhas de refrigerantes, mas também tem outros materiais, como papelão.
A Prefeitura e a entidade dizem que tem havido um grande desperdício de material reciclado que está sendo depositado no aterro sanitário do município.
“É com grande pesar, que uma grande parte da população não tem feito a separação destes resíduos, que podem ser reutilizados ou destinados de forma correta e assim não agredir o meio ambiente. Estamos crescendo em números de Ecopontos no município, oferecendo formas de coletas e ainda assim estamos recebendo cada vez menos material, declarou a coordenadora técnica da cooperativa, Tatiane Tedeschi.
Segundo ainda relato da Tatiane Tedeschi, há muito material que chega a Corbes mistura com material orgânico e até mesmo com papel higiênico, fraldas descartáveis e absorventes usados, que podem ser enviados ao aterro.
“Quando esses descartes vêm misturados, eles ficam contaminados e não é possível separá-los, mesmo quando há plástico junto, além de afetar negativamente o trabalho dos separadores na esteira”, esclareceu.
O material separado e depositado nas caçambas de reciclagem ou colocado em frente às casas, em muitas vezes, são pegos por coletores irregulares, o que prejudica os trabalhos da Corbes.
“Há coletores cadastrados que podem realizar esse serviço, porém há muitas pessoas irregulares, que pegam esse material e vendem em locais não seguros”, finalizou a coordenadora.
Fica uma pergunta: além do grande desperdício de recicláveis, não teria aumentado o número de catadores individuais, fruto do desemprego, da economia cada vez pior de nosso país?
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