A ameaça do coronavírus não escolhe classe social e nem nada.
Sem dúvidas é um risco que atinge a todos nós.
Em Salto há uma parcela da nossa população que continua à espera do Poder Público para orientação e apoio contra a Covid-19.
Trata-se das quase 800 famílias que moram nos dois conjuntos populares e na ocupação do Jardim Marília.
Pessoas que residem nesses locais confirmam ao Blog do Nelson Lisboa que até hoje, mais de um mês do início da pandemia no país, não receberam uma orientação sequer.
Uma mãe afirma que a suspensão das aulas tem deixado as crianças em casa e, sem ter que o fazer, elas acabam indo para o pátio dos dois conjuntos.
Ou para as vielas em meio à ocupação.
Outro morador lamenta que a Prefeitura ainda não passou para orientar os moradores sobre cuidados comuns, sobre a importância de não haver aglomeração. “Churrasco tem quase todo dia”, disse.
Dedetização – Uma terceira moradora, por whastapp, afirma ao blog que a Prefeitura deveria fazer a dedetização do pátio dos prédios, como forma de ajudar a proteger todos. “Passaram lá na rua, mas é pouco”, lamentou.
A população diz que até o momento apenas alguns vereadores passaram em um dos conjuntos para falar sobre alimentos.
“Nem sobre isso fomos informados ainda de como receberemos o que a Prefeitura tem arrecadado. Aqui tem muito desempregado”, disse um senhor.
Na ocupação, meio aos barracos, a situação é muito mais crítica.
Cada imóvel está “grudado” no outro e as pessoas transitam uma ao lado da outra.
E tem o agravante das redes de esgoto inadequadas.
Da sujeira.
Do esquecimento.
Há ainda em Salto outra parcela de “invisíveis”, as pessoas que moram nas ruas.
Não importa as razões de estarem nas ruas, se não forem orientadas, tais pessoas podem se transformar em agentes propagadores da Covid-19.
Moradores de rua – Questionada sobre a situação dos moradores de rua em Salto, a Prefeitura afirma que tem dialogado com essas pessoas e orientado sobre a Covid-19.
Além de dicas, a Prefeitura diz que tem distribuído sabonete e álcool e gel para quem procura o Centro de Referência Especializado da Assistência Social.
Neste local os moradores podem, de segunda a sexta-feira, das 8h às 10h, tomar banho, lavar a roupa e receber lanches às segundas, quartas e sextas.
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