Dados do IBGE mostram que a frota cresceu mais de 40% entre 2012 e final de 2021; e a engenharia, o controle e as nossas vias?
O vice-prefeito Edemilson Santos costuma dizer que o número de novas ligações de água disparou em Salto em alguns anos e que isso justifica parte do problema da falta de água em épocas de estiagem, como em 2021! Seguindo seu raciocínio podemos dizer que o fato da frota de veículos de nossa cidade ter crescido mais de 40% em 10 anos justificaria ou explicaria por que temos tantos acidentes e tantos problemas no trânsito?
A resposta – infelizmente – é sim!
Se de um lado o SAAE pouco se estruturou para enfrentar o crescimento da demanda por água em Salto; por outro lado, pode-se dizer que o Departamento de Trânsito, menos ainda.
Pelo contrário, o número de agentes regrediu ainda mais. Não temos profissionais o suficiente sequer para a demanda mínima. E tudo é preciso ser feito com a ajuda da GCM, cujo efetivo também é pouco para nossa cidade de mais de 120 mil habitantes.
Veja só: em dez anos, entre o começo de 2012 o final de 2021 a cidade viu sua frota de veículos aumentar quase 45%, saltando de 58.555 veículos registrados para impressionantes 83.390, no final de 2021.
Foram incríveis 24.835 novos veículos registrados em 10 anos.
IMPACTOS – Com tantos novos carros, a cidade não acompanhou, com profissionais, equipamentos e tecnologia, esse avanço, para melhor gerir o trânsito. Quais novidades você consegue lembrar?
– Implantação de novas avenidas ou entradas da cidade;
– Criação da muralha eletrônica nas entradas;
– Tentativa de manter a sinalização viária suficientemente mínima;
– Manutenção semafórica minimamente suficiente, dentre outras.
Mas vem sempre algumas questões:
- Por que até hoje Salto não faz uso de radares? O saltense esperneia quando algum político quer iniciar a implantação; porém, quando vai para outra cidade, respeita “pianinho” os semáforos lá instalados.
- Por que temos poucas câmeras para controle do tráfego, inclusive nos pontos mais críticos, como Avenida José Maria Marques de Oliveira, Avenida Brasília, Rua Japão, Avenida dos Trabalhadores, Hilário Ferrari, Princesa Isabel, Cásper Líbero, etc?
- Por que não temos um quadro efetivo de engenheiros e demais profissionais no Departamento de Trânsito?
- Por que nosso palco de aulas de trânsito é o mesmo de 20 anos, vergonhoso e insuficiente, desumano para os profissionais e alunos?
- Por que ainda temos uma avenida usada por muitos saltenses e por onde passam apenas 1 veículo por vez, como na Avenida Brasília?
Acidentes – Os números oficiais da Secretaria de Segurança Pública mostram que em janeiro e fevereiro deste ano foram registrados 2 óbitos (homicídios culposos por acidentes de trânsito – quando a pessoa teve culpa, mas não intenção) e 10 feridos em acidentes. Em 2021, no mesmo período, foram 3 mortes e 10 feridos.
A verdade é que, enquanto Salto não estruturar seu departamento de trânsito para atender à demanda de mais de 80 mil veículos, viveremos improvisando.
Você concorda? Quer dar sua opinião? Visite nosso facebook. Clique aqui.