Com muito orgulho e satisfação trazemos hoje um belo artigo de nosso colaborador, Murilo Lisboa, que nos fala sobre os desafios da Geração Z e traz dica de uma webcomic poderosa
Muito se debate o papel e o valor das gerações, conforme ocorrem conflitos entre o mais velho e o mais jovem, na hora de resolver um problema.
De fato, o antagonismo fica evidente.
Entretanto, pela primeira vez, vimos uma geração nova se tornar conservadora em relação a quem os gerou, principalmente quando falamos dos homens.
De acordo com o jornalista de dados do Financial Times John Burn-Murdoch, as mulheres estadunidenses entre os 18 e 30 anos são 30% mais progressistas.
E, curiosamente, essa é uma tendência que segue padronizada no mundo todo.
Exemplo disso está na Alemanha onde o porcentual é de 25%. Em Portugal se não fosse o público feminino, não teria sido eleito 15 deputados socialistas e entre muitos outros cenários que se repetem está tendência.
Por conta desta característica, acredito que a interação amorosa entre os jovens foi dificultada, pois os homens estão se apoiando em ideologias conservadoras mais do que seus pais.
Parece que eles idealizam etapas da vida que nunca mais vão acontecer da mesma maneira.
O resultado é que se frustram no processo que seria ao terminar o ensino médio, conseguir um emprego e encontrar uma parceira, que faça as atividades de casa enquanto o marido trabalha para o sustento financeiro do lar.
Entretanto, isso não é mais plausível de se alcançar em todos os relacionamentos.
Talvez porque cada vez mais as mulheres desejam não ter filhos ou preferem esperar concluir os estudos e conseguir um emprego estável para planejar a gravidez.
De acordo com uma pesquisa recente com mais de 1.000 membros da faixa mais jovem atuante no mercado (nascidos entre 1990 e 2010), 27% nem sequer querem filhos.
Além da frustração com relacionamentos na vida adulta, os jovens com idades entre 18 e 24 anos, enfrentam dificuldade para entrar no mercado de trabalho.
Segundo dados do IBGE, cerca de 15,3% (sendo o dobro da média nacional) passando longe do ideal que as antigas gerações compartilham de suas experiências de vida.
De acordo com Beatriz, a jovem entrevistada no Programa Profissão Repórter da TV Globo, em 6 de março de 2024, isso ocorre pela falta de conexão entre o mercado de trabalho e o meio acadêmico:
“Muitas vezes, exigem muitas experiências ou cursos. Então acaba se tornando muito difícil. E têm muitos jovens que ainda nem ingressaram no mercado de trabalho e eles pedem experiência.
Eu gostaria muito de arrumar um emprego para dar início no curso de enfermagem”
Porém, as dificuldades não se limitam somente nesses aspectos.
Seria muito mais fácil de lidar com a frustração do que o maior problema da geração Z, a solidão e a ansiedade causada pelas redes sociais.
Um estudo realizado pela Healthtech coletou respostas de mais de 24.000 pessoas e levantou dados de como o estresse, a ansiedade e a depressão têm impactado os trabalhadores no Brasil.
O estudo mostra que a geração Z 36,48% deles têm estresse, 27,17% afirmam ter ansiedade e 27,49% têm depressão, enquanto as outras gerações anteriores apresentam números que não alcançam sequer 10% dos entrevistados na mesma faixa etária.
Para se lidar com a saúde e os desafios da nova geração é necessário adotar medidas de saúde pública.
Ainda é preciso promover e ampliar programas de profissionalização de acordo com as demandas do mercado de trabalho, mediar a escala de trabalho com a vida pessoal dos jovens.
No fim das contas, tanto a geração atual quanto as corporações precisam aprender entre si e lidar com as adversidades da nossa época.
Quando só um está disposto a aprender a comunicação se torna falha, nenhum avanço é feito, parando no lugar ou atropelando a ordem.
Heartstopper: Não existe espaço para a homofobia
Numa Inglaterra contemporânea, durante o segundo ano do ensino médio, Charlie (um aluno dedicado) é colocado para ser a dupla de Nick (o garoto popular da escola) em todas as manhãs onde passam a ser amigos e cultivar um romance que desenrola conforme dificuldades nos relacionamentos e na vida escolar vão sendo apresentados.
Charlie sofre bullying depois de ter assumido ser gay, e não tem coragem de expressar sua paixão por Nick por não ter a certeza de que o seu sentimento é correspondido.
Porém, o garoto popular também sente dúvidas de como se sente em relação ao Charlie, pois sequer descobriu sua própria orientação sexual.
Heartstopper é uma Webcomic desenvolvida por Alice Oseman, lançado fisicamente no formato de quadrinhos em 2017, com o qual ganhou uma série na Netflix em 2022 que apresenta uma perspectiva otimista de relacionamentos LGBT+ entre adolescentes, algo reservado somente para histórias com temática heterossexual focado para um público mais jovem, por isso a obra não apresenta cenas de violência ou de cunho sexual, pois apesar destas características serem visíveis em outras obras que abordam o romance LGBT+ é necessário existir conteúdos que contemplem histórias leves, sensíveis e profundas sem cair na classificação +18.
Os jovens LGBTs precisam se sentir representados, com conteúdo que os respeitem.
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