Hoje é o Dia Internacional do Idoso e, inegavelmente temos que debater o tema dos idosos
Você sabia, de fato, que o etarismo é uma forma de discriminação baseada na idade e que continua um desafio a ser enfrentado no Brasil?
Segundo o defensor Público Federal, André Naves, é preciso maior consciência sobre a necessidade de construirmos, no dia a dia, uma sociedade mais justa e inclusiva, que reconheça e valorize todos os indivíduos, inclusive os mais velhos.
Naves diz que em outras sociedades, como a japonesa, eles são valorizados por sua experiência de vida. Em nosso país, no entanto, ainda sofrem uma série de preconceitos.
Exemplo: no mercado de trabalho, são marginalizados. E, até pelos políticos, são esquecidos nas campanhas eleitorais.
“Os mais velhos têm muito a contribuir com os mais novos, por exemplo, no ambiente de trabalho. No entanto, uma grande parte das empresas não leva isso em conta.
A discriminação impede que os indivíduos com mais idade tenham novas oportunidades de emprego e renda, perpetuando uma cultura que não valoriza a experiência e o conhecimento adquiridos ao longo dos anos de trabalho”
(André Naves, que também é especialista em Direitos Humanos e Inclusão Social)
A pesquisa “Por que pessoas 50+ não são consideradas como força de trabalho em um país que envelhece?”, realizada pela EY Brasil e pela plataforma Maturi, mostrou que o preconceito contra os mais velhos é, de fato, real.
Entre as 191 empresas de 13 setores que foram ouvidas, 78% delas acham que as organizações são, sim, etaristas e 33% não praticam nenhuma abordagem sobre o tema junto a seus funcionários.
A falta de ações concretas se traduz em outro dado alarmante: 80% delas não possuem políticas específicas de combate à discriminação por idade em seus processos seletivos.
As cidades brasileiras também precisam eliminar barreiras significativas para se tornarem mais acolhedoras e adequadas para os idosos.
Veja só: a maioria carece de infraestrutura adequada, como calçadas largas – e sem buracos -, rampas e transporte público acessível; o que dificulta a mobilidade.
Além disso, a violência urbana é outro fator de preocupação, levando ao isolamento dos idosos e à dificuldade de deslocamento.
Tudo isso é surpreendente em um país que está envelhecendo rapidamente. Em 2022, o total de pessoas com 65 anos ou mais no país chegou a 10,9% da população – 22.169.101 – uma alta expressiva de 57,4% frente a 2010, quando esse contingente era de 14.081.477, ou 7,4% da população.
Então, veja quais são as formas de preconceito que podem afetar a qualidade de vida e bem-estar dos idosos
– Etarismo: É o preconceito mais comum envolvendo estereótipos negativos sobre a idade. Os idosos ainda são vistos como incapazes, dependentes e menos produtivos.
– Desvalorização: A contribuição e os conhecimentos dos idosos são subestimados. Suas opiniões e experiências não são valorizadas em ambientes familiares e profissionais.
– Estereótipo de saúde: Ainda há uma percepção de que todos os idosos são frágeis ou doentes, o que não é verdade. Isso pode resultar em um tratamento paternalista ou desconsideração de suas capacidades físicas e/ou mentais.
– Discriminação no mercado de trabalho: Idosos têm dificuldades em conseguir ou manter empregos. Muitas empresas os consideram menos adaptáveis ou inovadores.
– Isolamento social: Família e colegas de trabalho muitas vezes ignoram ou excluem idosos de festas, passeios e outras atividades, com a ideia de que não são mais parte ativa da comunidade.
– Violência e abuso: São muitos os casos de idosos vítimas de abusos físico, emocional ou financeiro no Brasil; e frequentemente eles se calam, devido à vulnerabilidade.
– Falta de visibilidade e representatividade: A baixa presença de idosos nas mídias e em espaços de poder e decisão perpetua a ideia de que suas vozes não são relevantes.
Portanto, fica claro que o estigma e o desinteresse da sociedade afetam a autoestima e a saúde mental dos idosos; e contribuem para um ciclo de exclusão social que ainda está longe do fim.
Envolvimento público com o tema
O Defensor Público André Naves ressalta que é essencial que governos, entidades e ONGs se envolvam no debate e na conscientização dos brasileiros sobre o tema.
É urgente também a implementação de políticas públicas e regulamentações que protejam, de fato, os direitos dos mais velhos.
Naves destaca também a importância da adoção, nas empresas públicas e privadas, de programas de capacitação adaptados às necessidades desses trabalhadores, garantindo assim que eles possam continuar contribuindo de maneira significativa para a força de trabalho do país.
“É fundamental reconhecer a contribuição dos trabalhadores mais velhos, que possuem uma riqueza de experiências, habilidades e visão de mundo que são inestimáveis para qualquer organização.
Com o avanço tecnológico, é preciso, sim, capacitá-los para o uso de novas ferramentas.
No entanto, negar-lhes oportunidades com base na idade é não apenas injusto, mas também contraproducente para o sucesso das organizações e para o progresso social e econômico do país”, conclui o Defensor Público.
Informações:
Assessoria de Imprensa do Defensor Público Federal André Naves
Ex-Libris Comunicação Integrada
Cristina Freitas (21) 99431-0001 – cristina@libris.com.br
Andreia Constâncio (24) 99857-1818 – andreia@libris.com.br
Veja mais de André Naves em seu site https://andrenaves.com/
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