Murilo Lisboa, nosso colaborador, questiona sobre o que é ser livre no mundo atualmente
Muitos acreditam que a liberdade é alcançada por meio da capacidade de expressar qualquer pensamento, de se locomover para onde quiser e de ter acesso à propriedade privada.
Tudo isso, de fato, é reforçado pelos princípios liberais presentes na Constituição de 1988.
No entanto, quando analisamos a realidade (indo além dos conceitos formulados por pensadores e sem considerar a materialidade como base), não é bem assim.
Ao fazer isso, fica evidente que, sem acesso aos direitos básicos, acabamos realizando ações contrárias à nossa vontade e princípios.
Desde aceitar empregos precários até recorrer à ilegalidade são situações que revelam como a ausência de condições mínimas impedem a verdadeira liberdade.
Afinal, como alguém pode ser livre sem moradia, comida, água e acesso à internet?
Quando o salário mínimo não cobre o básico necessário para sobreviver, restam duas opções: submeter-se a trabalhos degradantes ou simplesmente deixar de existir.
Um exemplo recente ilustra bem essa dinâmica.
No início de janeiro de 2025, a Receita Federal anunciou uma medida para monitorar transações financeiras, com o objetivo de combater a sonegação fiscal e fraudes.
Contudo, a medida foi alvo de uma onda de desinformação alimentada por milícias digitais e políticos influentes, resultando na revogação da proposta.
Essa situação demonstra, de forma prática, os limites da liberdade de mentir, que frequentemente é disfarçada, de forma equivocada, como liberdade de expressão.
Ter a liberdade de fazer piadas preconceituosas torna-se irrelevante quando comparada à liberdade de acessar o ensino superior, abrir um negócio próprio de maneira independente ou se associar livremente.
Do mesmo modo, a liberdade de adquirir e produzir bens de consumo em larga escala é insignificante frente ao impacto devastador que isso causa à natureza.
E o que dizer do saneamento básico?
Sem acesso a ele, qualquer debate sobre liberdade torna-se vazio.
Somente é verdadeiramente livre quem tem acesso irrestrito aos direitos básicos da vida.
Precisamos ir além de meramente repensar termos ou discutir detalhes superficiais.
Nosso papel, como seres ativos e pensantes, é transformar o mundo, denunciar injustiças e desafiar o status quo.
Nós, trabalhadores, enfermos e dependentes da terra, não temos nada a perder — exceto as nossas correntes.
Homem de ferro 1: O capitalismo não pode parar
Vamos para a dica da semana.
Gênio, bilionário, playboy e filantropo, o Tony Stark além de tudo isso é um vendedor de armas de destruição em massa para o governo dos Estados Unidos.
Renomado por essas características, se torna alvo de grupos terroristas e viu de perto o que suas armas eram capazes de causar ao mundo.
Sendo assim, ele decide deixar de vender armas, entretanto, não esperava que esses terroristas eram somente peões.
De fato, o seu maior inimigo na verdade é o capitalismo.
Por está recomendação conter spoilers, recomendo que pare de ler agora.
Então, você está avisado.
Depois de o homem de ferro parar de produzir armas e vendê-las, mesmo sendo o herdeiro, dono e o CEO desse grande negócio lucrativo, um de seus sócios não deixaria que isso acontecesse.
Isso porque a expansão de mercado não pode esperar e sempre existirá um tubarão pronto para engolir o outro e assumir o seu lugar na sociedade capitalista, independentemente da vontade de cada um. No caso, a do bilionário.
Reveja outra coluna do jovem Murilo
