Em tempos de pandemia, o Dia Nacional de Combate ao fumo acende o alerta para o aumento dos relatos de dependência no tabagismo, provocada pela quarentena, e chama atenção para os danos causados também aos fumantes passivos
Apontado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), como a principal causa de mortes em todo o mundo, o tabagismo é considerado pelas autoridades de saúde o grande vilão da qualidade de vida das populações.
Causador de doenças pulmonares como bronquite, enfisema, câncer de pulmão, doença coronariana (infarto e angina) e doenças cerebrovasculares (acidente vascular cerebral), ele provoca anualmente mais de 7 milhões de óbitos ao redor do mundo.
Aqui no Brasil, são registradas todos os dias mais de 400 mortes atribuídas à dependência.
Hoje, dia 29, é o Dia Nacional de Combate ao fumo e autoridades de saúde destacam a importância de debater o assunto e mostram os malefícios desta prática.
“É um momento ímpar de conscientizar a população dos males causados pelo tabagismo, principalmente em tempos de pandemia, já que fumantes têm 45% mais chances de agravamento de contraírem a covid-19”, aponta o médico Alex Galoro, Gestor do Grupo Sabin Medicina Diagnóstica.
Além disso, o especialista aponta outro agravante do problema: o isolamento social. “As incertezas provocadas pela pandemia, gerou aumento dos níveis de estresse, ansiedade e outros fatores que contribuem com este mal habito”, o médico destaca ainda as recentes pesquisas divulgadas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que confirmaram que 30% dos homens e 38% das mulheres fumantes passaram a consumir dez cigarros a mais por dia, desde o início da pandemia.
O problema, aponta o médico, vai além de prejudicar a saúde do fumante. “Temos que lembrar que hoje fumantes ativos e passivos dividem, em grande parte do dia, ambientes fechados e os passivos acabam ficando expostos aos componentes tóxicos contidos emitidos pelo cigarro”, explica.
Por isso, a campanha deste ano pretende reforçar não somente as ações antifumo, mas também sensibilizar sobre os danos causados pelo consumo de tabaco.
“Todos os anos, são registradas mais de 1,2 milhão de não fumantes que perdem a vida por estarem expostos ao fumo passivo, de acordo com a OMS. Por isso, é importante alertar toda a sociedade e não apenas os dependentes”, explica o médico.
Tabagismo: os índices no Brasil
Fator de risco para o desenvolvimento dos tipos de câncer: leucemia mieloide aguda; câncer de bexiga; câncer de pâncreas; câncer de fígado; câncer do colo do útero; câncer de esôfago; câncer de rim e ureter; câncer de laringe (cordas vocais); câncer na cavidade oral (boca); câncer de faringe (pescoço); câncer de estômago; câncer de cólon e reto; câncer de traqueia, brônquios e pulmão, o tabagismo também está associado às doenças crônicas não transmissíveis e é um fator importante de risco para o desenvolvimento de outras doenças como tuberculose, infecções respiratórias, úlcera gastrintestinal, impotência sexual, infertilidade em mulheres e homens, osteoporose, catarata, entre outras.
No Brasil, são cerca de 420 mortes todos os dias por causa da dependência. Em todo o ano, são mais de e 156.216 mortes que poderiam ter sido evitadas.
Segundo dados do Inca (Instituto Nacional do Câncer), o maior peso é atribuído ao câncer, doença cardíaca e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).
Das mortes anuais causadas pelo uso do tabaco: 34.999 mortes correspondem a doenças cardíacas; 31.120 mortes por DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica); 26.651 por outros cânceres; 23.762 por câncer de pulmão; 17.972 mortes por tabagismo passivo; 10.900 por pneumonia; 10.812 por AVC (acidente vascular cerebral).
Já divulgamos outras matérias a respeito do tabagismo.