Atraso na entrega do Villagio do Conde ameaça a conclusão e liberação do novo loteamento

blog do nelson lisboa Salto
Empreendimento: compradores são os maiores prejudicados com a lentidão para a liberação do mesmo

 

Prometida para 2018 e depois para 2019 e 2020, mas até agora sem solução, a implantação definitiva do loteamento Villagio do Conde Residencial, na região do Jardim Santa Cruz, em Salto, iniciada em 2016 com 691 lotes e cerca de 200 deles já vendidos, corre o risco de não acontecer.
Investigação, realizada pelos veículos que integram o Consórcio de Imprensa de Salto, apurou que o problema se deve a um desentendimento entre o proprietário da área, Cássio Galvão de Toledo Filho, e os representantes das duas empresas que ele contratou para viabilizar o empreendimento, Mário Genovezi Santos e Marcos Lisboa.
Por não se acertarem do ponto de vista financeiro, os três se separaram em junho de 2019 e depois disso pouco ou quase nada mais foi feito na área em termos de obras, ainda que o proprietário tenha contratado outras empresas para realizarem o trabalho.
O ponto de discórdia ocorreu por causa das obras. A empresa de Marcos Lisboa, Lotun Assessoria e Consultoria em Empreendimentos Imobiliários, estava encarregada de preparar o loteamento todo. Como encontrou mais pedras do que previa, pediu um aditamento de R$ 4 milhões no contrato. O proprietário recusou.
A partir daí, Lisboa diz que foi expulso do canteiro de obras por meio de homens armados contratados pelo dono da área, mas ele não registrou boletim de ocorrência por ameaça, segundo ele, por não ter conseguido ser atendido na Polícia de Salto.
O empresário afirma que havia pedras em praticamente 2/3 da área total do empreendimento. “O custo de implantar uma rede em um terreno com pedras iguais às que tinham no Villagio é dez vezes maior que em um terreno normal e muito mais lento, já que cada pedra extraída para a passagem das redes de água, de esgoto, de água pluvial não pode sair do empreendimento e deve ser enterrada no próprio local”. Marcos diz que sugeriu usar as pedras na base do asfaltamento que seria feito e teria reforçado, ao longo do tempo que permaneceu na obra. Ele alega ter retirado 25 mil m3 de pedras.
O outro empresário Mário Genovezi Santos, dono da Marinho Participações, também foi desligado do negócio. Ele diz que o dono da área quis afastá-lo com a intenção de não pagá-lo. O empresário afirma ter direito a 55% dos 691 lotes que o Villagio possui e os 45% restantes seriam de Cássio e sua família.
Os dois empresários entraram na Justiça contra Cássio Galvão de Toledo Filho e sua empresa, a Siqueira Toledo Investimentos e Empreendimentos Ltda. Querem o ressarcimento dos investimentos e eventuais prejuízos financeiros.
Afora esses processos, o dono do empreendimento enfrenta outras dificuldades para concluir a obra. As licenças de implantação concedidas pela Prefeitura e Cetesb estão vencidas e o prazo para a realização das obras venceu em março deste ano e já tinha sido prorrogado no ano passado. Ele pediu nova prorrogação, mas ainda não foi atendido. O que pode travar essa prorrogação é que pelo menos 60 lotes estão cobertos por pedras e não podem ser entregues assim.

Outro lado

Embora a reportagem tenha tentado contato com o dono da área, Cássio Galvão de Toledo Filho, por telefone e por e-mail e ele nunca tenha atendido, o empresário se manifestou por meio do seu advogado Eduardo Silveira Arruda.
Ele disse que acredita que a reportagem (sobre o loteamento) já “se encontra suficientemente esclarecida” e que “eventuais outras questōes pontuais de adquirentes insatisfeitos deverão ser tratadas diretamente entre os interessados, evitando-se assim o indevido uso da imprensa, como parece que está acontecendo, para alcançar interesses particulares”.
O advogado, questionado sobre o pedido de ampliação do prazo na Prefeitura, afirmou que “o pedido de prorrogação de prazo está em análise na Secretaria de Obras, que solicitou esclarecimentos, os quais foram devidamente prestados. Enquanto isso, as obras para conclusão do empreendimento continuam, agora em ritmo acelerado, inclusive cumprindo antecipadamente o cronograma apresentado para a Prefeitura”.

Consórcio de Imprensa de Salto

A reportagem acima foi produzida a partir do Consórcio de Imprensa de Salto, uma ação estratégica de divulgação conjunta dos principais veículos de comunicação da cidade, que apostam na potencialização de suas forças, por meio da cooperação em defesa da informação, para levar ao leitor tudo o que ele precisa saber.

Veja mais detalhes desse loteamento e dos seus impasses em novas reportagens do Blog do Nelson Lisboa a serem divulgadas em breve, com entrevista com os responsáveis pelas empresas Lotun e Marinho e também com compradores de lotes no empreendimento.

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Pedras em muitos lotes trazem risco de loteamento não ser liberado