Ciclismo hoje é febre: você sabe se prevenir das lesões do esporte?

Blog do nelson Lisboa
andar de bicicleta exige cuidado constante (fotos: reprodução)

A pandemia, a dificuldade de ir a uma academia e a chance de se exercitar ao ar livre fizeram a bicicleta virar uma febre no país.

Hoje são milhares de ciclistas andando por pistas e estradas de terra, em nossa região.

Sendo você um deles, fica a pergunta: Você sabe prevenir as lesões do esporte?

Neste sentido, veja as dicas de um ortepedista:

“A busca por uma vida mais saudável tem crescido a cada ano e um dos esportes que mais cresce junto é o ciclismo. Muito pelas ciclofaixas e pelas estações de bikes de algumas marcas espalhadas pelo país.

Além disso, a bicicleta, como meio de transporte, também passou a ser muito utilizada, somando benefícios como economia, qualidade de vida e agilidade. E, junto com o aumento de adeptos do ciclismo, também surgem as lesões típicas do esporte.
O ciclismo tem algumas modalidades, sendo que a mais praticada ainda é o ciclismo de estrada – que tem competições mundialmente conhecidas, como Tour de France e Giro D’Itália.
Apesar do atleta desta categoria não sofrer muito impacto, os treinos costumam ser extensos, acarretando principalmente em lesões por sobrecarga.
Mas, como o esporte tem alto risco de queda, é preciso muito cuidado nos pequenos detalhes para evitar acidentes mais graves. Fraturas de costelas, punho e o trauma crânio-encefálico estão entre as lesões traumáticas mais comuns.
Para ajudar na prevenção de lesões – principalmente de quem está iniciando a modalidade – o Ortopedista e Médico do Esporte especializado em lesões, Dr. Paulo Roberto Szeles dá algumas dicas que podem trazer mais qualidade ao seu pedal:

Coluna: dores lombares e no pescoço são muito comuns e, por isso, é fundamental ter uma boa postura. Uma dica é observar onde está jogando o peso do corpo durante o pedal.
A musculação com exercícios de CORE ajuda a fortalecer e dar estabilidade para a região, minimizando o risco de lesão. Já para os atletas mais assíduos, o bike fit é o mais recomendado, já que ele regula toda a postura de acordo com as características do atleta e da bicicleta, tornando a atividade muito mais confortável e segura;

Joelhos: geralmente a lesão de joelho está ligada à altura do selim, que não pode estar nem mais baixo e nem mais alto do ideal para a sua altura. Outra situação que pode causar lesão é se a parte muscular está fraca – mais uma vez, a musculação é importante! Como o ciclismo trabalha muito mais a força dos membros inferiores, fortalecer essa região é obrigatório. O bike fit também é fundamental para quem pedala muito e quer diminuir as chances de se machucar;

Ombro / Mãos: na modalidade, os membros superiores têm função de estabilização do corpo para manter o equilíbrio durante o pedal. Quando a postura não está correta, as articulações podem sofrer os impactos do esporte, podendo até causar lesões que impossibilitem a prática da atividade. Manter a postura adequada ao tipo de bike minimiza a pressão e diminui as chances de lesão. Lesões neurológicas transitórias, apesar de menos frequentes, também podem ocorrer quando a empunhadura não está adequada, causando formigamento e alteração de força nos dedos das mãos.
“Além dessas lesões mais comuns, não podemos esquecer que o ciclismo é um esporte com risco de quedas. Por isso, reforço sempre a obrigatoriedade dos equipamentos de proteção, do cuidado com a utilização de fones de ouvido – que impedem a identificação de uma situação potencialmente perigosa, além de roupas adequadas, utilização de protetor solar e cuidados com a hidratação. Mesmo que seja apenas para passear aos finais de semana, o capacete é obrigatório, pois minimiza o risco de lesões cranianas graves”, completa o Dr. Szeles”.

Sobre Dr. Paulo Roberto Szeles
Médico com Título de Especialista em Medicina Esportiva e em Ortopedia e Traumatologia. Pós Graduado em Traumatologia do Esporte e Fisiologia do exercício pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), onde também fez Mestrado em Medicina Esportiva com foco em lesões de CrossFit.
Atualmente é Médico da Seleção Brasileira de Basquete Feminino e de alguns atletas olímpicos de Ginástica, como Caio Souza, e coordena a Residência Médica em Medicina Esportiva da UNIFESP.
Já atuou como médico em grandes eventos Esportivos, como Copa do Mundo do Brasil (2014), Jogos Olímpicos Rio 2016, Copa América de Futebol (2019) e Basquete (2009 e 2017), Campeonato Mundial de Basquete (2009 e 2010).