Médico diz que sua vida foi mudada pela experiência de João Marcos Andrietta, novo membro da ASLE

João Carlos Andrietta
Médico que trata o saltense se diz emocionado com sua trajetória de vida (reprodução)

Definitivamente, se você não conhece João Marcos Andrietta, você precisa ler essa matéria e se emocionar com alguém que tem a Esclerose Lateral Amiotrófica

O professor doutor Acary Souza Bulle Oliveira, neurologista da Escola Paulista de Medicina, diz que a sua vida foi modificada pela experiência que viveu com João Marcos Andrietta e sobre como ele enfrenta a doença degenerativa, que o imobilizou há 12 anos.
“Quando fiz o curso de medicina e residência médica, em 1981, e depois no pós-doutorado, sempre tive para mim que uma doença com a qual eu não queria lidar era a Esclerose Lateral Amiotrófica e, em uma pesquisa, seis em cada dez não querem também”.
O médico classifica a doença como dramática, porque vitima o paciente, seus familiares e a equipe de cuidadores. “Todos são afetados. Além disso, ela é rápida. O diagnóstico sai em 12 meses. A paralisia ocorre em 18 meses e a morte em 36 meses”.
Mas ele diz que se surpreendeu com João Marcos Andrietta, pois ele convive com a doença há 14 anos. Para se ter uma ideia da dificuldade, ele respira por traqueostomia (corte na garganta) e com a ajuda de respirador e se alimenta por sonda ligada ao estômago.
Até metade do tempo de enfermidade, João Marcos mexia o pé direito. Hoje são só os olhos, as sobrancelhas e a boca. Mesmo assim, ele tem toda a capacidade cognitiva saudável. Consegue ver, ouvir e perceber tudo o que ocorre ao seu redor, mas não fala.
O que o mantém vivo, já que a doença mata em 18 meses? A pergunta é do médico e ele mesmo responde: “É a força de vontade de viver. João Marcos Andrietta foi o paciente que mais me impressionou. Ele não quer viver para ele e sim para o próximo”.
Essa missão a que se incumbiu é o que ele mais tem feito. Em seus livros mostra a sua fé e a sua esperança. Revela a sua conformação com a doença. E coloca a importância de se pensar no próximo sempre para que o outro cresça na fé.
“Aprendi com ele, com a doação que faz do seu talento para escrever e do esforço para viver, que a vida é muito importante. João Marcos Andrietta me fez gostar mais da minha vida. Não só ele, a família, os cuidadores. Muito obrigado a todos”, diz o médico.
Outro que se impressionou muito com João Marcos Andrietta foi o hoje técnico da Seleção Brasileira de Futebol, Tite, quando dirigia o Corinthians, em 2015, e o recebeu em uma cama de UTI em pleno estádio em Itaquera para conhecê-lo e para torcer, fanático que é.
João Marcos Andrietta não mediu esforços para estar lá no jogo contra o Joinville pelo Campeonato Brasileiro. Ele sempre acompanhava o time do coração. Só parou por causa da doença e não conhecia a nova Arena Itaquera. Nem Tite pessoalmente.
O encontro emocionou o treinador, os jogadores e todos que estavam no estádio naquele dia. Mais ainda porque o Corinthians venceu por 3 a 0. Tite o homenageou com algumas páginas da sua biografia escrita por Camila Mattoso e com autógrafos.
No livro, o técnico da seleção conta a troca que fez com João Marcos Andrietta: além de toda a emoção do encontro, ele recebeu do torcedor um terço de São Vicente de Paulo, de quem os dois são devotos, e Tite lhe deu uma pulseira com seus santos de proteção.

Relembre matéria divulgada da nomeação de Andrietta como novo membro da ASLE.

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