O Brasil, sob o governo de Jair Bolsonaro, tem discutido cada vez mais a questão da posse de armas. O presidente inclusive baixou decreto facilitando a posse de armas. Trazemos um artigo do médico Dr. Bruno Palazzo Nazar, médico psiquiatra, que tem muito a dizer sobre o assunto. Ele atende em seu consultório militares e profissionais de segurança que andam armado e o assunto suicídio vem rondando muito e publico com tb as pesquisas que comprovam que uma coisa puxa a outra.
“A discussão que rodeia o cotidiano da sociedade hoje, se detém ao acesso à posse de arma de fogo, que durante 15 anos provocou diversos debates sociais. Após a posse do novo presidente Jair Bolsonaro, em apenas alguns dias houve um desfecho para essa discussão.
Assinado dia 15 de janeiro de 2019, o decreto que permite aos cidadãos manter arma de fogo em casa. A partir da tomada dessa decisão de flexibilização do acesso a armas de fogo, o problema passou a refletir no psicológico das pessoas, de forma mais profunda, gerando pânico e abrindo um leque maior para discussão. Levando em consideração que a cada 14 minutos, uma pessoa morre por arma de fogo, sendo parte delas o suicídio, ainda um debate de grande tabu em nossa sociedade.
“Aproximadamente 800 mil pessoas cometem o suicídio em todo o mundo e pela sua alta frequência, ele é considerado um problema de saúde pública. A Organização Mundial de Saúde calcula que, ao redor do mundo, uma pessoa se suicide a cada 40 segundos. Entre jovens de 15-24 anos o problema é tão grave que o suicídio é uma das três principais causas de morte nesta faixa etária. Um ponto trágico nesta realidade é que esta é considerada uma causa de morte prevenível”, afirma Bruno Palazzo Nazar, médico psiquiatra.
“Nem toda pessoa que tenta o suicídio está deprimida e planejando a própria morte, por vezes, a tentativa de se matar se dá num impulso para tentar acabar com uma sensação de pânico, de desespero ou uma dor psicológica que se tornou insuportável, chamada de psychache”, completa Dr. Bruno Nazar. Os casos de suicídio impulsivos associados à uma arma de fogo podem provocar sequelas físicas mais graves do que por outros métodos, além de levar à morte com mais frequência. Pesquisadores da universidade de Harvard frisam que nos Estados Unidos, o risco de uma pessoa se matar é três vezes maior nos lares de famílias onde há uma arma de fogo. Além disso, nestes casos, a arma da família é utilizada em 75% dos suicídios completados, enquanto que apenas 20% das tentativas não completadas de suicídio utilizaram armas”.