Por Marcos da Costa*
A política, muitas vezes, nos revolta. Quando vemos denúncias de políticos envolvidos em escândalos de corrupção e mau uso do dinheiro público, ou percebemos a ausência de políticas que procurem dar a todos uma vida digna, com acesso a água potável, esgoto tratado, que combate a criminalidade e a violência, que nos permitam acesso a boas escolas, serviços públicos de qualidade, maior conectividade e oportunidade de trabalho, ficamos indignados.
Mas existe luz no final desse túnel. A democracia é um regime que nos permite aperfeiçoar a partir dos erros passados, e nos indica o caminho para reverter esse quadro: a participação de todos, debatendo e escolhendo candidatos com passado de compromisso com as causas públicas e que apresentem propostas viáveis para os problemas e as mazelas de nosso país.
E nesse quadro, precisamos trazer os jovens e as pessoas com idade mais avançada para a política. Os jovens, para que sua indignação seja o motor das grandes mudanças que o Brasil precisa. Os idosos, para nos ensinar com sua experiência como não cairmos, mais uma vez, na tentação das promessas fáceis e dos discursos vazios, que só servem para perpetuar no poder pessoas que já demonstraram não ter nenhuma preocupação com o bem comum.
Jovens que completam 16 anos até as eleições poderão votar, embora não sejam obrigados. Pessoas maiores de 70 anos também estão desobrigadas. Mas suas participações na festa democrática de 2 de outubro farão a diferença entre mantermos e até pioramos o quadro atual pelos próximos 4 anos, ou darmos o pontapé inicial para construção de um Brasil que todos desejamos.
Antigamente, tirar o título era algo burocrático e demorado. A regularização eleitoral também carecia de tempo de espera, agendamento e outros procedimentos que necessitavam de paciência. Agora, é prático, não exige deslocamento. Aos 90 anos de idade, o Tribunal Regional Eleitoral se modernizou e oferece inúmeras formas e plataformas para emissão do documento eleitoral. Basta entrar no site do TRE-SP e seguir o passo a passo da plataforma, de forma intuitiva.
Não há desculpa para não votar. O pior cenário é o da omissão. Não adianta ficar sentado na cadeira, reclamando da rua que deixou de ser asfaltada, da água e da luz que faltam frequentemente, da escola que não oferece educação de qualidade, de transporte público indigno ou da ausência de medicamentos e de postos para melhorar a saúde da população.
Tenho esperança de que o voto consciente fará a diferença nesta eleição e serão escolhidos representantes comprometidos com as verdadeiras causas públicas. De forma particular, gostaria de destacar a importância de representantes no Congresso Nacional das pessoas com deficiência, que estão carentes de políticas públicas que assegurem educação inclusiva, inserção no mercado de trabalho, transporte adaptado e acesso aos serviços e espaços públicos.
(Marcos da Costa é Advogado e ex-presidente da OABSP. Acompanhe nossas redes sociais)